É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.
Com o quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.
E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à Vega, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são, e o vento, a Vega, a estrela, o pássaro, o relógio responderão:
É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso.
Com vinho, poesia ou virtude, a escolher.
6 comments:
Ê manguaça boa!
Na tradição, o primeiro ato praticado por Noé depois do dilúvio foi um tomar um bom pifa.
Não sei porque pensei em dilúvio.
--saff
ahan.
..o que você quis dizer com isso mesmo, Saliel?
:P
Na boa. O Cristóvão tem produzido uns textos tão bons, que eu tenho copiado direto lá para o Mosca Azul.
Se bem que neste papo de embriaguez, dependendo da substância, é como dia as propaganda, "use com moderação"... :))
Ahhh essas flores do mal e suas sugestões para começar a sexta-feira...
é, Zealfredo, o Cris tá que tá! e ele tem um jeito de escrever que é bom demais de ler.
um abraço.
Sr. paulolima por aqui.. (:
e tava boa a sexta aí?
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