Sunday, March 18, 2007

desafiando a relatividade dos tempos

pois é. então neste momento voltamos para antes, para o mais tarde, sei lá, para tempo algum.

mas é que ultimamente têm passado muitos dias* e quero retomar aquele relato de curitiba. eu esperava incluir aqui algumas das fotos que fiz lá, só que meu computador resolveu não aceitar mais o driver da máquina e está demorando tanto pra resolver que nem sei. acho que meu computer está mesmo com os dias contados e qualquer hora ainda morre de falência múltipla de órgãos...devem faltar bem poucos.

portanto, vai o relato sem as fotos mesmo. vão vocês, transeuntes que porventura (ou por desventura) passarem por aqui, ilustrando aí como bem entenderem.

o interessante é que curitiba segue uma cidade cuidadosa e atenta aos detalhes. todo mundo lá trabalha ou quer trabalhar muito e sempre. mas tudo parece ter um timming peculiar. ninguém tem muita pressa em terminar de trabalhar.

o olho do niemeyer continua curiosamente belo e assustador. além do magnífico acervo, tinha ainda exposição arte de cuba, entre outras. tinha também mostra mundial do world press photos no unicemp. e tantas outras coisas, tantas.

é claro que não fui a nada. estava ocupadíssima em me perder pela cidade em busca sabe-se-lá-do-que. uma pena ser tão imprecisa minha capacidade para seguir as precisas indicações do pessoal camarada da acolhedora livraria do chain e da editora da ufpr. segui as placas por um tempo depois esqueci das placas e segui a intuição. acabei conhecendo o seu raimundo (deveria ter foto dele aqui, quem sabe um dia) que, sorridente, jardinava o parque tanguá. tomei uma ceva no largo da ordem e conheci dona maura num banco do passeio público. dona maura reclama da prefeitura, do calor e diz que não gosta de tirar retrato. eu também, dona maura, eu também. de mim! quanto a tirar retrato dos outros, eu adoro.

como diria fernando sabino, viver devagar é que é bom... portanto, viver curitibanamente (exceto no trânsito, onde todos correm muito muito muito, stress total) é que é bom, devagar, apreciando a paisagem, sem pressa de chegar, ou melhor, na verdade chegar ao caminhar, valorizando o detalhe, a arte - ou ao menos os toques artísticos da cidade. dá até uma puta saudade da porto alegre de outrora... (falta muito pra chegar dezembro de 2008?)

pois foi assim que vivi e senti curitiba desta vez, provavelmente de maneira tão diferente das anteriores quanto das que ainda hão de vir. agora por um momento percebo que se antes não percebi tanta beleza por lá deve ter sido por mero reflexo de minhas chatices e implicâncias.

qualquer hora falo do saldo literário da viagem... começou com a arte de escrever, do schopenhauer, que comprei no aeroporto. não sei porque tenho a estranha mania de comprar livros em aeroportos e rodoviárias. foi assim que certa vez fui apresentada a mario vargas llosa, numa rodoviária imunda no trajeto entre viçosa, no interior de minas, e o rio de janeiro. não me perguntem o que vargas llosa fazia por lá entre romances policiais, agatha christies e livrinhos tipo sabrina. parecia até um quadro do salvador dali. confesso que fiquei com pena de desmanchá-lo, mas não resisti.


* parafraseando rubem braga. o original dele é "ultimamente têm passado muitos anos".

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